quinta-feira, 20 de outubro de 2011


SEYTON - A rainha morreu, senhor.
MACBETH - Devia ter morrido mais tarde; então, houvera ocasião certa para tal palavra. O amanhã, o amanhã. Outro amanhã, dia a dia se escoam de mansinho, até que chegue, alfim, a última sílaba do livro da memória. Nossos ontens para os tolos a estrada deixam clara da empoeirada morte. Fora! apaga-te, candeia transitória! A vida é apenas uma sombra ambulante, um pobre cômico que se empavona e agita por uma hora no palco, sem que seja, após, ouvido; é uma história contada por idiotas, cheia de fúria e muita barulheira, que nada significa.
De Macbeth, Shakespeare

domingo, 9 de outubro de 2011

Soneto LXVI

Eu tô cansado de muita coisa... tô cansado de estar cansado... rsrs
Queria muito ter mais disposição pra mudar as coisas sabe? Deixar tudo de um jeito que me agrade!
Mas eu também sei que isso não é possível.
Queria escrever uma musica nova
Ver o Galo sair de campo com uma vitoria convincente
o que faz tempo que não acontece. Queria mudar o mundo
fazer as pessoas mais humanas... Mas me sinto tão impotente quando dentro da minha casa eu vejo preconceito.
Casa? "Minha casa"... cada vez essa essência desse termo se perde mais um pouco dentro de mim. Não é que eu não goste ou goste menos da minha família. É que a cada dia que passa sinto que preciso de um lugar meu...
Um pouco de silencio, um pouco de barulho... Ultimamente só me sinto bem quando tô com minha namorada ou quando to sozinho... Mas completamente sozinho. Por que as vezes (como agora) eu to rodeado de pessoas mas me sinto só e quando to assim não me sinto bem! Relendo o que acabei de escrever me sinto meio injusto pois quando to com meus amigos também fico bem. Mas parte da cabeça tá lá, na musica que eu to tocando ou ouvindo eles tocarem, porém tem outra parte que tá rodando pelo mundo pensando um monte de coisa.
  Agora está todo mundo lá fora (em todos os sentidos literais ou não) E eu to aqui dentro ouvindo o que eles dizem sem prestar muita atenção. Estamos eu e meu violão (sempre tá comigo) no coração  um monte de ideia. Mas um medo de que sejam só ideias.      


Vou colocar o Soneto 66 aqui, eu gosto muito dele. E assim é bom que sempre quando eu estiver afim de reler ele mais uma vez é só eu vir aqui. pois não tenho ele em livros...




Farto de tudo, clamo a paz da morte 
Ao ver quem de valor penar em vida 
E os mais inúteis com riqueza e sorte 
E a fé mais pura triste ao ser traída
E altas honras a quem vale nada 
E a virtude virginal prostituída 
E a plena perfeição caluniada 
E a força, vacilante, enfraquecida
E o déspota calar a voz da arte 
E o néscio, feito um sábio, decidindo 
E o todo, simples, tido como parte 
E o bom a mau patrão servindo
Farto de tudo, penso, parto sem dor 
Mas, se partir, deixo só o meu amor