segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Fantasmas


Veio andado devagar até a porta, depois que entrou veio correndo até a mim
Falou de versos, de fantasmas e sua historia.
 Jurou chorando que não ia mais mentir

Eu já velho duas vezes não pensava, já cansado e sem vontade de existir
Me fiz de cego e não ouvi aquelas falas, Que me lembravam um trovador butiquim

Ouvi cartola, João bosco e Noel Rosa. Lembrei de todos quando a vi se despedir
Peguei  minhas coisas meu caderno e minha mala, tem 20 anos que eu não moro mais ali

Envelheci e minha magoa envelheceu.  Mas mesmo velha ela nunca se perdeu
O sol nascia todo dia e eu  não via, nada me via como eu me via ali
Tranquei as portas, no silencio fui morar...  Frases de afeto eu nem sei mais como usar
E o sorriso no meu rosto era ironia, Mas hoje em dia não o uso nem assim.

Veio sozinha caminhando sobre a relva, me procurou por toda parte e eu aqui.
Ainda estava com as janelas mal fechadas, bateu na porta e eu nem sei por que abri
Atrás de um sonho que não cabia em meu sonhar, de pouco em pouco  o desamor  eu vi chegar.

Sua ganancia só me fez pagar o preço,  Hoje sozinho eu prefiro nem lembrar

Eu me lembrei de cada sonho que sonhei, de cada filho que sozinho eu criei
E  da saudade que eu tentava esconder, virou só ódio e é o que eu sinto você

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